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Carpe Diem

Domingo sempre é um dia desafiador pra mim.


A nostalgia e a monotonia do final da semana caem com um peso muito grande, principalmente no final do ano. Essa sensação de que deixei algo por fazer. De que poderia te


r feito mais.

Vocês já se sentiram assim?

E então recorro para a boa e velha poesia. Eis que me deparo com essa joia da época do movimento do Carpe Diem.

Carpe Diem é uma expressão latina que significa “aproveite o dia”. Foi introduzida pelo filósofo e poeta romano Horácio. Sua ode número 11 é dedicada a Leucônoe, que significa mente branca, cabeça vazia, se aproximando do sentido zen-budista da meditação.

O poema coloca a morte como tema central. Logo no primeiro verso o poeta diz que é inútil tentar saber o que acontece após a morte. Carpe diem aparece na poesia como uma resposta ao inerente medo da morte e do desconhecido. Já que nos é vedado conhecer a morte, o melhor é viver a vida…




1 Tu ne quaesieris — scire nefas — quem mihi, quem tibi 2 finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios 3 temptaris numeros. Ut melius, quidquid erit, pati, 4 seu plures hiemes, seu tribuit Iuppiter ultimam,

5 quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare 6 Tyrrhenum: sapias, vina liques, et spatio brevi 7 spem longam reseces. Dum loquimur, fugerit invida 8 aetas: carpe diem, quam minimum credula postero.




A tradução é essa:

Não pudemos, Leucónoe, saber — que não é lícito — qual o fim que os deuses a ti ou a mim quererão dar, nem arriscar os cálculos babilónios. Quão melhor é sofrer o que vier, quer sejam muitos os invernos que Jove nos der, quer seja o último este, que agora atira o Mar Tirreno contra as roídas rochas. Sê sensata, filtra o teu vinho e amolda a curto espaço uma longa esperança. Enquanto falamos, terá fugido o invejoso tempo. Colhe a flor do dia, pouco fiando do que depois vier a suceder.

Logo em seguida, encontrei o poema de Walter Whitman, citado no filme Sociedade dos Poetas mortos de 1989:

“Aproveita o dia, Não deixes que termine sem teres crescido um pouco. Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos. Não te deixes vencer pelo desalento. Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever. Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário. Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo. Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta. Somos seres humanos cheios de paixão. A vida é deserto e oásis. Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história. Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe. Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem. Não caias no pior dos erros: o silêncio. A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas. Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas. Não atraiçoes tuas crenças. Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos. Isso transforma a vida em um inferno. Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante. Procures vivê-la intensamente sem mediocridades. Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo. Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam. Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…”


 
 
 

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